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Hérnia Inguinal Perguntas mais freqüentes |
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1 - O que é HÉRNIA INGUINAL? |
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Hérnia
inguinal é quando os pais ou o pediatra notam um abaulamento
("bolinha") na região inguinal
("virilha") da criança, ou na bolsa escrotal
("saquinho") do menino, abaulamento este que
cresce aos esforços ( choro, tosse, grito, espirro,
evacuação,...). Ocorre em 1 a 5 % das crianças, sendo 6 a 10 vezes mais freqüentes no meninos.
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2 - O que causa esta Hérnia inguinal ? |
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Vou
explicar primeiro o que ocorre nos meninos porque é mais
freqüente, e mais fácil de entender! Durante a gravidez, na formação intra-uterina dos genitais masculinos os testículos são formadas dentro do abdome ("barriga") da criança, e eles vão descendo até que no 7º ou 8º mês forma-se um "túnel", um "canal" na musculatura inguinal ("virilha"), pelo qual os testículos descem até a bolsa escrotal. Este canal deve cicatrizar e desaparecer até o nascimento, e se isto não ocorrer permanece aberto um canal, um túnel por onde podem sair de dentro do abdome os intestinos em direção ao escroto. Nas meninas este "túnel" se forma para permitir a passagem do ligamento redondo (um dos mecanismos de fixação do útero) em direção aos grandes lábios. |
3 - Porque a hérnia inguinal precisa ser operada ? |
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A
cirurgia é necessária porque : - Não existe a
possibilidade de fechamento expontâneo deste túnel. |
4 - O que é estrangulamento de uma hérnia? |
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É quando as alças do intestino ficam presas dentro deste túnel, e não recebem mais sangue, podendo necrosar ("apodrecer"), o que aumenta muito o risco anestésico, cirúrgico e o risco de sequelas. |
5 E como eu sei que
a hérnia |
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O
primeiro sinal é a dor intensa, contínua, seguida por
vômitos, febre e a criança para de evacuar. Ao olhar
para o abaulamento na "virilha", você notará
que ele está maior, mais avermelhado, brilhante pelo
edema (ïnchaço"), e ao tocar nele a dor aumenta.
Você também observará que o abaulamento não se reduz,
não desaparece quando a criança para de chorar. Se isto acontecer não dê mais alimentos para a criança e leve-a imediatamente a um Pronto Socorro Pediátrico ou ao seu Cirurgião ou Urologista Pediátrico. |
6 - Qual a idade ideal para cirurgia? |
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Logo
após ser confirmado o diagnóstico, a não ser que a
criança tenha peso<2.000 gr. ou apresente alguma
outra doença que contra-indique a cirurgia. Serão inicialmente realizados os exames laboratoriais de rotina. O pediatra o(a) avaliará e confirmará que o paciente apresenta boas condições clínico-laboratoriais para a cirurgia. Uma avaliação pré anestésica na tarde do dia anterior à cirurgia servirá para orientar os pais, e confirmará que a criança tem condições anestésicas satisfatórias. |
7- Como os pais podem
preparar |
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a) Em
primeiro lugar os pais devem receber do cirurgião
pediátrico orientações que lhes permitam conhecer
como será realizada a cirurgia, para que eles se sintam
seguros e possam transmitir esta segurança para seu
filho. b) NÃO MENTIR , NEM ESCONDER do paciente o que será realizado, mas também não entrar em detalhes que ele não possa compreender, ou que possam assusta-lo. Exemplo: evitar o uso das palavras "cortar", "tirar fora", ... c) Mostrar para a criança as vantagens da cirurgia que ela compreende. Exemplo: não terá mais dores no local da "bolinha", poderá voltar a jogar bola e andar de bicicleta, desaparecerá aquela "bolinha" que a assusta, ... d) Diminuir o "medo do desconhecido" - demonstrando amor, segurança, respondendo honestamente todas as perguntas feitas, e levando-o, se possível, a conhecer antecipadamente o hospital onde será realizado a cirurgia. |
8- Os pais podem assistir a cirurgia? |
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Nas
crianças acima de 6 a 12 meses de idade é importante
que um dos familiares permaneça junto a criança até
que ela durma, para que ela se sinta segura. Em alguns
hospitais de Porto Alegre é permitida e incentivado a
permanência do pai e/ou da mãe ao lado da criança
durante a indução anestésica... Durante o ato cirúrgico no entanto não é permitido, por não ser necessário, para diminuir os risco de infecção, e evitar transtornos a rotina da sala cirúrgica. Na Sala de Recuperação Pós-Anestésica , os pais podem e devem permanecer ao lado da criança, tranqüilizando-a, e auxiliando-a a se alimentar após estar bem acordada. |
9 - Como é feita a cirurgia ? |
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A não
ser que o paciente seja prematuro, de baixo peso, tenha
outras doenças ou que os pais prefiram, a cirurgia será
feita de Ambulatório. Isto quer dizer que o paciente
não precisa ficar internado, não vai dormir, passar a
noite num quarto do hospital, evitando assim uma maior
separação do ambiente familiar, e diminuindo os riscos
de infecção hospitalar, e os custos da cirurgia. Quanto a técnica cirúrgica, e o local da incisão cirúrgica, isto varia conforme a idade e o sexo do paciente, e a experiência do cirurgião. |
10 - E a anestesia, é local ou geral ? |
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Na
infância, e mesmo na adolescência, se prefere a
anestesia geral, geralmente precedido pelo uso de um
sedativo e de um analgésico, pois:
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11 - E depois da
cirurgia, quantos dias |
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As crianças, se possível, são operadas numa quinta ou sexta-feira, e retornam tranqüilamente as aulas na Segunda-feira, mas com a recomendação de que evitem exercícios físicos que possam traumatizar a região cirúrgica por 2 a 3 semanas (Exemplos: - "lutas", jogar bola, andar de bicicleta, "skate", patins, "rollers",...). |
Bibliografia
- "Cirurgia Pediátrica" Maksoud, J. G. e colaboradores 1998 editora RevinteR
- "Clinical Pediatric Urology" Kelalis,P.P.; King, L.R. e Belman, A. B. 3ª edição 1992 B. Saunders
- "Pediatric Surgery"- Ashcraft, Keith e Holder, Thomas e colaboradores 2.000 Saunders
- "Pediatric Urology"- ODonnell, B.; Koff, S. A. e colaboradores 3ª edição 1997 Butterworth
- "Diagnóstico Cirúrgico para o pediatra" Leite, C. S. e colaboradores - 1999 editora RevinteR
DR.
LIONEL LEITZKE e-mail: lionel@uroped.com.br
Consultório:
rua Mostardeiro 157 - conj. 406
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Cirurgião Pediátrico Geral e Urologista Pediátrico